quinta-feira, 7 de setembro de 2017

NOTA DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE RÁDIOS COMUNITÁRIAS (ABRAÇO BRASIL)




NOTA


A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (ABRAÇO - BRASIL) vem por meio desta reiterar o seu posicionamento contrário ao golpe desferido contra a democracia, que no último dia 31 de agosto comemorou um ano. A entidade compreende que, a partir desta data, a comunicação sofreu um grande baque, especialmente a comunicação que não atua dentro dos parâmetros hegemônicos.

O serviço de radiodifusão comunitária foi um dos mais prejudicados nesse cenário. Além de vermos qualquer possibilidade de avanço – no que tange à legislação – coibido, tivemos mais de 500 processos de rádios comunitárias autorizados que estavam no Congresso Nacional para apreciação e votação das outorgas que foram devolvidos para o MCTIC e voltaram a estaca zero deixando mais de 500 municípios sem uma emissora comunitária. Outra política de estado importante criado no governo anterior foi o Plano Nacional de Outorga (PNO) (instituído pela Portaria nº 4334/2015) que o atual governo, na prática, REVOGOU e não publicou os editais para os anos de 2016/18 o que estabeleceria mais de mil e duzentas novas concessões de rádios comunitárias possibilitando que cada município brasileiro tivesse – pelo menos – acesso a uma estação. Assim, os editais foram todos suspensos e a política de contemplar, até o ano de 2019, todos os municípios brasileiros como uma emissora comunitária foi abortada.

Ou seja, a ascensão do governo golpista de Michel Temer trouxe uma coleção de retrocessos na saúde, educação, segurança, nas leis trabalhistas, mas, acima de tudo, dificultou ainda mais que a população tivesse acesso a um tipo de informação mais plural, menos comprometida com o grande capital, como é a comunicação comunitária. O fechamento do Ministério das Comunicações e da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) - a quem manifestamos, igualmente, nossa solidariedade – são outros exemplos concretos da política restritiva e ditatorial aplicada por este governo.

Por fim, a ABRAÇO – BRASIL garante que, mesmo frente a esse momento de tolhimento das liberdades, vai seguir lutando para que as comunidades possam exercer, de forma plena, o direito à comunicação.


Geremias Santos
Coordenador Executivo
ABRAÇO – BRASIL

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